‘a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar’.
Coração disparado, respiração ofegante, boca seca. Ela viu a hora perfeita pra contar a ele sobre os seus sentimentos, suas impressões, seus devaneios. Tomou um impulso e lhe disse: vamos falar sobre isso? . E ele, que ficou sem palavras, preferiu ficar sem palavras mesmo e lhe disse, de forma indireta: infelizmente, não tenho nada a lhe dizer. Desculpe.
Claro que ela entendeu. Ela só tinha confundido o real com o imaginário. Sentiu-se à vontade pra falar de amor. Sentiu-se à vontade pra sentir o amor, pra sentir-se amada, para simplesmente amar. As lágrimas foram invadindo seus olhos, como uma barragem que não suporta a força da água.
Naquela hora, quem não tava suportando mais nada era ela. Inclusive, a impulsividade, que se apressou, tomou a frente e decidiu que as coisas, mais uma vez, tinham que ser do jeito dela. E não daquele jeito que tinha de ser: natural.
Não foi culpa dela, nem de sua inimiga impulsividade. Na verdade, não foi culpa de ninguém. O coração apenas quis ser sincero e honesto com ele, com elas e com o cara. E quem haveria de segurar? Já fazia um tempo que ele estava angustiado e nada mais justo que uma mera tentativa de conforto pra ele: um sim, quem sabe.
Mas o sim não veio. Veio um sem-graça ‘desculpe-me’, do outro coração. E o coração dela, que ficou mais sem graça ainda, decidiu parar por ali mesmo, sem nem chegar na melhor parte, a do: ‘eu acredito no nosso amor’. Só foi um ‘apesar de tudo, eu ainda acredito no amor verdadeiro’. Este coração disse isso meio desacreditado, só pra se consolar mesmo.
A conversa fluiu tranquilamente; de surpresa, só esta palavra jogada no meio de um assunto qualquer. E a noite, que começou com um ‘The Greatest Love Of All’, terminou com uma alegre canção de quem decide seguir o rumo natural das coisas, e não o mais apressado, como de costume: “Sweet Child O' Mine”. ‘Se um coração diz que sim à paixão, como pode o outro dizer não?’ e não disse. Foi um desculpe. Um disse: sim; o outro: sorry; e o destino: talvez. Um dia, quem sabe....
"Yeah, I wanna feel the sunshine,
Shinin' down on me and you.
When you put your arms around me,
Well, baby there ain't nothing in this world I can't do.
I wanna love somebody, love somebody like you."
- Helena Mendonça. 25.02.11
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