terça-feira, 18 de janeiro de 2011

chuvas de lágrimas.


Hoje amanheceu chovendo, e eu me perguntei quando foi que eu te perdi. Aonde foi que eu me perdi, porque nos perdemos. Fiquei inventando contratos com o tempo, fiquei sonhando acordada, fiquei imaginando reais motivos pra uma comédia tão trágica. Ou uma tragédia tão cômica. Perdi sua imagem, o vento roubou de mim tão friamente que senti um arrepio, de um mau presságio (?), talvez. Ironia da vida a felicidade ser tão instável e a segurança ser tão insegura. A solidão às vezes brinca no escuro da saudade, e a gente só sabe que machuca quando sente uma dor inexplicável no coração.

Hoje amanheceu chovendo e eu me questionei o porquê do destino ser tão traiçoeiro. Questionei-me porque eu me traí, dando esse gostinho a ele. Mas por que será que às vezes somos tão impulsivos e irracionais? Senti uma lágrima rolando involuntariamente, refletindo sentimentos expostos numa vitrine que estava sendo analisada por olhos maldosos e cruéis. Fiéis a uma verdade imaginada e irreal, porém muito confortável pra quem quer acreditar no que escuta e não no que vê.

Hoje amanheceu chovendo e eu procurei entender a sua indiferença pra me dar a sentença de ficar sem te ver. A verdade é que as mentiras, de tanto se repetirem viram meias verdades e é o que basta para distorcer a realidade.

Que bom que a chuva trouxe com ela águas de renovação, e eu entendi que a abstinência de ficar sem te ter, assim como a vontade de te amar, um dia vai passar.

texto: Helena Mendonça.

Maio de 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário